domingo, 14 de junho de 2009

Capítulo 6 - Café da Manhã

Acordando ao amanhecer Tulipa soltou Bicyclette. Havia preferido dormir com ele do que com a boneca de pelúcia jugada junto a cama.
Vendo sua dona desperta o pequeno labrador lambeu-a no rosto e ficou embolado aos lençóis enquanto ela saia do quarto para o banheiro.
-Boa dia raio de sol! - Flávia.
-Bom dia, mãe. - Tulipa.
-Já estou servindo o café da manhã, não demore, está bem?
Atrás de Tulipa entrou no banheiro Bicyclette.
-E o seu também, mocinho. - Flávia.
após o falso banho, o real seria no final da tarde, Tulipa foi sentar-se à mesa e Bicyclette já comia sua ração com leite.
-Onde está o papai? - Tulipa.
-Ele foi trabalhr. - Flávia.
-Mas não é hoje o dia... - Tulipa.
-Eu sei.
Ela sentou-se.
-Mas ele ainda precisa ajeitar algumas coisas, para que tudo esteja perfeito no primeiro dia. - Flávia.
Tulipa pareceu ainda mais chateada do que em todos os dias.
-Mas comam logo e vamos fazer comprar no mercado. Nós três. - Flávia.
-Mãe, o Bicyclette não pose entrar no mercado. - Tulipa.
-É outra vantagem desta cidade. Ele pode sim caso se mantenha todo o tempo no carrinho. - Flávia.
-Não há vantagem alguma por aqui. - Tulipa.

sábado, 13 de junho de 2009

Capítulo 5 - Lâmpadas nas Janelas



Flávia pegou o cachorro, examinando-o, mas o notou agitado como sempre, ao ter sua mão mordida.
-Ele parece bem. - Bernardo.
-Aquele menino, ele cuspiiu no biscoito! - Tulipa.
-Mas que menino mais mal educado! - Flávia.
-Ele é mau.
Com Bicyclette de volta no chão Tulipa esfregou vigorosamente seu rosot.
-Ele maltratou o meu bebê... - Tulipa.
- E machucou o coração do meu. - Flávia.
-Nosso bebê. - Bernardo.
- A gente podia ir para casa, ir mesmo! - Tulipa.
-Estamos indo, meu amor. - Bernardo.
- Não! Eu falo de ir para a nossa casa, de verdade! - Tulipa.
-Querida, aqui agora é a nossa casa. Casa de verdade, agora. - Flávia.
-Mas eu não quero que seja. - Tulipa.
O pai abaixou-se para ficar na altura de sua filha e Bicyclette apoiou a cabeça em seu joelho.
-Eu queria muito voltar, apenas para poder tornar a ver o seu sorriso. - Bernardo.
-Mas não podemos. Aqui está o nosso trabalho e a escola daqui será ótima para você. - Flávia.
-Prefiro a minha outra escola. - Tulipa.
Naquela noite, em especial, estava quante e úmido, o que provocava que as luzes, principalmente as externas, ficassem rodeadas por insetos amarelecidos pela claridade.
Tulipa debruçou-se na janela fechada, havia uma lâmpada sobre a janela de seu quarto, deixando o vidro marcado pela sua respiração. E, enquanto Bicyclette dormia na cama de sua dona, Tulipa observava os pequenos insetos rodopiando confusos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Capítulo 4 - Leandro



Tulipa entendeu aos poucos. E quando finalmente percebeu o que o menino queria dizer segurou Bicyclette pela coleira e correu para junto de seus pais e abraçou as pernas de Bernardo com a voz chorosa.
- Eu quero ir embora. - Tulipa.
- Embora? Mas acabamos de chegar! - Flávia.
Após a resposta de sau mãe foi o seu pai que abaixou-se alisando-lhe os cabelos.
- Por que quer ir embora, meu amor... Sente-se mal? - Bernardo.
Preocupado o pai a observava e nisso a mãe de Leandro chegou à praça e o menino estava também alterado, como Tulipa. Ao menos era o que parecia...
- Filho, o que aconteceu?
Ao escutá-la a mãe de Tulipa virou-se para ambos.
- Essa menina, mãe. - Leandro.
- O que ela fez com você, meu filho?
- Tulipa fez algo com você? - Flávia.
- Ela caiu, mas foi sozinha! Eu juro... - Leandro.
- Então por que você está chorando?
- Ela vai dizer que fui eu, mas não fui...
Tulipa não conhecia o menino, mas conhecia seus pais e seus pais a conheciam. Por isso falou tão baixo que apenas eles ouviram.
- Minha roupa não está suja. Vamos, vamos! - Tulipa.
Ela puxava as mãos de ambos, que se olharam e se viraram para a mulher e o menino.
- Até outra hora. - Flávia.
Eles se afastaram e de mãos dadas com os pais Tulipa sentia Bicyclette entre seus pés.
- Então filha. Se você não saiu o que aconteceu? - Bernardo.
- Nada papai. Estou bem. - Tulipa.
- Você quase chorava, e não parece ter sido por saudades de casa. - Flávia.
- Bicyclette comeu um biscoito.