sábado, 13 de junho de 2009

Capítulo 5 - Lâmpadas nas Janelas



Flávia pegou o cachorro, examinando-o, mas o notou agitado como sempre, ao ter sua mão mordida.
-Ele parece bem. - Bernardo.
-Aquele menino, ele cuspiiu no biscoito! - Tulipa.
-Mas que menino mais mal educado! - Flávia.
-Ele é mau.
Com Bicyclette de volta no chão Tulipa esfregou vigorosamente seu rosot.
-Ele maltratou o meu bebê... - Tulipa.
- E machucou o coração do meu. - Flávia.
-Nosso bebê. - Bernardo.
- A gente podia ir para casa, ir mesmo! - Tulipa.
-Estamos indo, meu amor. - Bernardo.
- Não! Eu falo de ir para a nossa casa, de verdade! - Tulipa.
-Querida, aqui agora é a nossa casa. Casa de verdade, agora. - Flávia.
-Mas eu não quero que seja. - Tulipa.
O pai abaixou-se para ficar na altura de sua filha e Bicyclette apoiou a cabeça em seu joelho.
-Eu queria muito voltar, apenas para poder tornar a ver o seu sorriso. - Bernardo.
-Mas não podemos. Aqui está o nosso trabalho e a escola daqui será ótima para você. - Flávia.
-Prefiro a minha outra escola. - Tulipa.
Naquela noite, em especial, estava quante e úmido, o que provocava que as luzes, principalmente as externas, ficassem rodeadas por insetos amarelecidos pela claridade.
Tulipa debruçou-se na janela fechada, havia uma lâmpada sobre a janela de seu quarto, deixando o vidro marcado pela sua respiração. E, enquanto Bicyclette dormia na cama de sua dona, Tulipa observava os pequenos insetos rodopiando confusos.

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